O menino amava sua árvore. Plantara-a despretensiosamente num pequeno terreno, depois em chão especial, onde se desenvolvia com todo o viço e beleza.
Bem cedo e, à tarde, ao voltar do colégio, regava-a, com todo o carinho. Os colegas zombavam, mas ele não se importava, e a árvore crescia.
Por inveja, um dos colegas derramou ácido na raiz da árvore. Esta fenecia lentamente, para tristeza do menino que, sem perder a esperança, prosseguia em seu ritual de levar a água salvadora.
A árvore lânguida sorvia o líquido, como numa interação mística. A relação menino / árvore era comovente, mas os coleguinhas riam de sua dedicação inútil. Um dia, o menino teve a certeza indesejável; a árvore, toda ressequida, já não respondia. O menino chorou. De repente, com os olhos turvos pelas lágrimas, imaginou-se delirando. Por entre as raízes desvitalizadas, brotava uma nova árvore: uma semente, agradecida pela água generosa, surgia triunfante. O menino, maravilhado, contemplou o céu e iluminou-se...