O jabuti foi admitido como professor de estratégia na universidade, mas sua admissão foi contestada pelo magistério e alunos, incapazes de percebê-lo como estrategista.
Ao apresentar-se para a primeira aula, o jabuti defrontou-se com os alunos, travestidos burlescamente de tartarugas, em meio a uma gargalhada geral de deboche.
Imperturbável, o jabuti sentou-se à mesa e iniciou a sua exposição.
Logo, interveio o avestruz para provocá-lo:
- Mestre, se um produto é lançado no mercado e rejeitado pelo consumidor, qual a atitude do estrategista?
Tranquilo, o jabuti respondeu:
- Humildade. Se há convicção sobre sua qualidade, convém insistir, analisando-se as prováveis causas da rejeição e reformulando a estratégia. A aceitação é uma questão de tempo.
Em continuidade às provocações, um pequeno grupo no fundo da sala solta risadas estridentes, numa rodada de piadas.
O jabuti discretamente acercou-se do grupo e sentenciou para todos ouvirem:
- Paciência. É preciso muita paciência para realizar uma missão transformadora.
E permaneceu próximo e atento, rindo gostosamente da última anedota.
Com isso desconcertou os provocadores e retornou a aula.
Maliciosamente, a raposa perguntou:
- Quando o ambiente é hostil e nos sentimos indesejáveis, é válido sermos humildes e pacientes? Não estaremos agravando a situação?
- Esperança é a palavra de ordem. Desistir é aceitar o fracasso, inadmissível para quem tem uma missão a cumprir e acredita nela. Com esperança tudo se resolve!
Passou o tempo, finalizou-se o ano letivo.
O jabuti foi eleito paraninfo.
Por todo o campus da universidade, viam-se cartazes coloridos, com o retrato do jabuti e os dizeres:
“Humildade. Paciência. Esperança. JABUTI para Reitor!”
Autor desconhecido