Os bichos estavam reunidos para conversar sobre os problemas da floresta. Logo, logo, ficou evidente que os “problemas” eram: indefinições e conflitos de poder agravados ou determinados pela falta de consenso sobre matérias essenciais. Cada qual queria manter ou ampliar seu espaço de influência e dominação. A confusão era grande e as divergências ameaçavam transformar-se em “guerra declarada”. Nisso surgiu uma luz: o grilo pensante.
Todos aquietaram-se para ouvi-lo.
- Vocês não se entendem por uma única razão – diz o grilo. – Não pensam, ou melhor, não sabem pensar em grupo. Então, perdem a Visão. Pretendem discutir situações críticas, mas a maior crise está ocorrendo em vocês mesmos: o medo de perder e a ânsia de ganhar a qualquer preço. Nesse clima, só pode haver destruição.
Vamos pensar... Por que estamos aqui reunidos? Em que acreditamos? Quais nossos objetivos maiores e as metas a serem alcançadas? O que poderemos fazer para garantir o bem comum e a felicidade?
Completa o grilo pensante:
- A partir das respostas, vamos estabelecer o compromisso e o nível de autoridade de cada um. Peguem um papel e lápis e vamos escrever cada qual as respostas às perguntas formuladas.
As discussões duraram três dias, num clima nunca antes experimentado: havia a liderança do grilo, objetividade nas intervenções, vontade de acertar.
Surgiram, assim, as primeiras Diretrizes Estratégicas da Selva. Mas o ganho maior foi a descoberta de que é imprescindível saber pensar. E, para tanto, é necessário o exercício permanente. Daí surgem as Verdades Comuns, fruto de consenso, que vão garantir a Unidade de Pensamento e Ação.
O leão, imediatamente, criou o comitê estratégico, e nomeou o grilo pensante, seu consultor.