O Major James Nesmeth tinha um sonho de aperfeiçoar-se como jogador de golfe – e desenvolveu um método único para atingir o seu objetivo. Até então era apenas um jogador comum de fim de semana, com um escore de noventa tacadas. Então, durante sete anos, abandonou totalmente o jogo. Nunca mais entrou em um clube, ou pisou em um campo de golfe.
Ironicamente, foi durante essa pausa de sete anos que ele desenvolveu a sua técnica muito eficaz para aperfeiçoar-se no jogo – uma técnica que todos podemos aprender. De fato, na primeira vez em que pisou em um campo de golfe depois disso, conseguiu um escore surpreendente de 74! Ele reduzira a sua média em torno de vinte pontos sem ter pisado em um clube de golfe durante sete anos!
Qual o segredo do Major Nesmeth? Visualização.
Ele passara aqueles sete anos como um prisioneiro de guerra no Vietnam do Norte, em uma cela que media aproximadamente 1,30 m de altura por 1,50 m de comprimento.
Durante quase todo o tempo, não conversou com ninguém e não praticou nenhuma atividade física. Durante os primeiros meses, não fez praticamente nada além de esperar e rezar por sua libertação. Então percebeu que tinha de encontrar um modo de ocupar a sua mente, ou perderia a sua sanidade e provavelmente a sua vida. Foi quando aprendeu a visualizar.
Em sua mente, ele escolheu o seu campo de golfe favorito e começou a jogar. Diariamente, fazia todo o percurso de 18 buracos no clube de golfe imaginário. Experimentava tudo, até o último detalhe. Viu-se vestido em suas roupas de golfe. Sentiu o perfume das árvores e da grama recém cortada, e as diferentes condições do tempo – dias de primavera com muito vento e manhãs ensolaradas no verão. Em sua imaginação, tornaram-se reais todos os detalhes do pauzinho onde se põe a bola para a tacada inicial, as folhas de grama, as árvores, o canto dos pássaros, os esquilos correndo e as ondulações do gramado.
Ele sentiu o taco em suas mãos. Foi o seu próprio instrutor enquanto tentava aperfeiçoar o seu modo de brandi-lo e a sua posterior tacada. Observou o arco formado pela bola ao descer exatamente no centro da parte lisa do campo, e viu-a quicar algumas vezes e rolar até o ponto exato que havia escolhido.
No mundo real, ele não tinha pressa. Não havia para onde ir. Por isso em sua mente deu todos os passos necessários para chegar até a bola, como se estivesse fisicamente no campo. Demorou tanto tempo imaginário para jogar 18 buracos como teria demorado na realidade. Nenhum detalhe foi omitido. Nunca deixou de acertar uma tacada, uma bola curva, um golpe enviesado ou um golpe curto.
Sete dias por semana. Quatro horas por dia. Dezoito buracos. Sete anos. Vinte tacadas a menos. E um escore de 74.
Autor desconhecido
Do livro: Historias para aquecer o coração 2