Perto do Pólo Norte, viviam dois pinguins que, apesar de nunca terem se falado, consideravam-se inimigos. Sempre que passavam um pelo outro, trocavam olhares de ódio. Como era natural, interpretavam tudo mal e, quando um andava direito e com a barriga encolhida, o outro pensava que ele era um petulante. E assim por diante.
Um dia, foram ambos a um baile de máscaras, na colônia onde moravam. Como os dois estavam mascarados, não se reconheceram e iniciaram uma animada conversa.
- É uma bela festa! Vê-se que as pessoas gostam muito do baile de máscaras, comentou um deles.
- É verdade! Deveríamos ter uns quantos destes bailes por ano, respondeu o outro.
Depois de algumas horas, já eram amigos inseparáveis. Somente ao final do baile, quando retiraram as máscaras, descobriram, assombrados, as suas respectivas identidades.
Depois de um momento de hesitação, desataram a rir. Acharam muita graça das recordações de sua antiga inimizade, sobretudo daqueles olhares furiosos que lançavam. Foi necessário que se encontrassem mascarados para finalmente se conhecerem.