Aquele peixinho tinha muitas e belas cores. Por esse motivo, seus amigos e conhecidos chamavam-lhe “o peixinho colorido”.
Nunca se vira um habitante do mar tão bom como ele. Estava sempre disposto a ajudar os seus semelhantes, sem se importar com os problemas e contratempos que arranjava ao fazê-lo. Foi nadando, nadando, e descobriu um polvo que estava preso a uma pedra. Seus tentáculos estavam debaixo dela e ele não conseguia livrar-se. O peixinho dispôs-se logo a ajudá-lo, mas deteve-se quando o polvo o advertiu, com a voz lastimosa:
- Não se aproxime de mim, peixinho colorido! Se tocar na areia que me rodeia, perderá para sempre as suas belas cores!
O peixinho refletiu por um momento. Sabia o que tinha que fazer.
- Pouco me importam estas minhas cores, disse para si mesmo. Esse polvo precisa de minha ajuda e vou ajudá-lo.
Assim pensou e assim fez. Depois de alguns esforços, conseguiu libertar os tentáculos do polvo, que já pôde mover-se com facilidade. Nos seus esforços, o peixinho tinha-se encostado na areia, e suas escamas mancharam-se de uma cor castanho-escura, como recordação das suas brilhantes e formosas cores.
O peixinho tornou-se admirado em todo o oceano por sua bondade e desprendimento. Embora suas escamas nunca mais voltassem a mostrar a antiga beleza, todos sabiam que o coração do peixinho tinha um fulgor e uma beleza deslumbrante.
Que maravilha!