Era uma vez uma abelhinha muito exigente. Sonhava com a ideia de fazer o mel mais saboroso e especial do mundo. Apesar da opinião das suas companheiras de colmeia, que a julgavam louca, ela saía à procura de uma flor que lhe proporcionasse um néctar nunca visto, capaz de fabricar esse mel fora do comum.
Por mais que procurasse, não conseguiu encontrar mais nada, a não ser flores vulgares, todas elas belíssimas, mas que não satisfaziam seu desejo.
Era frequente vê-la regressar à colmeia, depois do pôr do sol, desiludida por não ter conseguido uma só gota desse néctar ilusório. As suas companheiras não perdiam a ocasião para se rirem dela.
Numa tarde de verão, a abelhinha regressou muito contente à colmeia.
- Finalmente encontrei a flor que procurava, anunciou ela, entusiasmada.
Incrédulas, elas lhe perguntaram que flor era essa e a nossa abelhinha apontou para o pôr do sol. Imaginem as piadas de que foi alvo a pobre sonhadora.
Num mar de lágrimas, foi esconder-se atrás de uma rocha. Ali passou várias horas. De repente, uma lagartixa curiosa aproximou-se dela, perguntando-lhe o que estava acontecendo. Depois de ouvir o que a abelhinha tinha para dizer, o simpático réptil respondeu:
- Vê aquelas colinas douradas pelo sol? Atrás delas encontrará um vale repleto de flores maravilhosas, cujo néctar servirá para seus objetivos.
A abelhinha partiu rapidamente e voou horas em plena noite, até que, ao despontar da aurora, presenciou uma cena incrível. Todo um mar de flores multicoloridas balançava ao sabor do vento da manhã, num espetáculo inesquecível.
Com o néctar de tais flores, a abelhinha exigente pôde fabricar o mel mais delicioso que jamais havia existido.